Cuidado com a Super-proteção

De férias em recife, sem tempo para escrever, minhas idéias meio confusas... Acabo não vindo aqui para compartilhar com vocês tudo que tenho vivido. Cada dia novo, um sentimento diferente.

No brasil pela primeira vez com o Pedro, tenho vivido situações diferentes, novas e muitas vezes intrigantes.

A convivência com outras crianças tem sido muito enriquecedora para ele, é notável sua alegria e entusiasmo diante de situações nunca vividas.O Anthony(meu sobrinho como a mesma idade) tem sido um espelho para ele, ele fica tentando fazer tudo que ele faz...A liberdade que está tendo também está sendo ótima, tenho certeza que ele está tirando proveito de cada momento. Aprendendo muitas coisas!

Cada pequena conquista me enche de orgulho e esperança. Por momentos me senti angustiada... Certo dia estava em frente a casa da minha mãe olhando a rua, quando me deparo com um rapaz aparentemente com seus 30 anos, vi em seus olhos um brilho ofuscado, passo acelerado, me parecia uma criança aprendendo a caminhar, inclinando todo seu corpo para frente como se fosse cair, suas roupas também eram infantis, mas ele era um homem, que deveria ser tratado como homem, mais todos o viam como uma criança. Como ele deveria se comportar? Imagino que ele cresceu achando-se uma eterna criança.

Aquela cena me deixou tão angustiada,eu chorei,imaginei em tudo que poderia ser feito para que o Pedro não fosse esse rapaz amanhã... A sua mãe, andava atrás, já era uma senhora.

 Fiquei pensando no tipo de estimulação que essa criança teve, será que eles o estimularam o quanto deveria?

Será que ele não reagiu bem aos estimulos dados?

Ai veio tantas dúvidas... Passei o resto do dia pensativa.

Daí me veio um pensamento de que se os pais daquele garoto o vestiam daquela maneira, deveriam também o trata-lo como criança. e mais, também deveria acreditar que ele seria incapaz de crescer e se tornar um homem, com vontades, opiniões, sonhos, metas...

Talvez aquela família não tenha tido um apoio para que ele fosse estimulado corretamente "por eles", pois somos nós que merecemos os méritos, afinal a maior estimulaçao é em casa.São dos pais. Que, ou acreditam no pontecial do seus filhos ou simplesmente não lhes dão chances de aprender e crescer. Eu não quero ser essa mãe. Eu não sou lá a senhora a paciência, não sou de passar todo dia naquela fissura de estimulacão, eu tento estimulado de forma tranquila, nas suas atividades normais, comer, tomar banho, trocando a sua roupa, cantando, brincando com seus brinquedinhos... tudo que faz parte de seu dia-a-dia.  Até agora ele tem respondido super bem aos nossos estimulos. ACREDITO,que o amor e carinho de damos também é essencial. Ele talvez sinta que nós confiamos que ele é capaz. Isso deve fazer toda diferença!
Conversando certo dia sobre o assunto, falamos de um rapaz de 30 anos que tinha aquela super proteção da mãe e do pai, os mesmos perteciam a classe média alta, poderiam ter dado uma estimulação muito boa ao seu filho,não que o dinheiro seja essencial,eles poderiam ter um apoio profissional melhor, mas como eu já falei antes,não basta só isso, tudo parece depender da estimulação dos pais, e se esses deixarem a responsabilidade nas mãos dos profissionais, os resultados não serão os mesmos. Eles na verdade, nos dão o apoio para que a estimulação seja feita por nós, afinal é conosco que eles passam a maior parte do tempo, e se os pais nao tiverem essa consciencia, as coisas vão andar, porém, bem devagar!
Eles davam a aquele apoio financeiro, os levavam aos melhores médicos, a melhor estimulação, mais colocaram a responsabilidade do bom desenvolvimento do filho nas mãos de profissionais, em casa, o tratavam co tamanha proteção onde ele não poderia(por achar que ele não era capaz) fazer absolutamente nada sozinho, nem mesmo suas necessidades fisiólogicas.
para comer, sua comida era amassada e sua carne desfiada... (detalhe, aos 30 anos). AGORA, vamos pensar, aonde está o problema, nos pais? ou no garoto que não foi capaz de aprender? Mas como ele iria aprender se não o deixavam fazer nada sozinho, ao menos tentar... e foi sua vida toda assim!
Escutando essas histórias eu tiro bastante lições para a estimulação do Pedro!
Por isso quero passar para vocês os meus pensamentos e apredizados, para que nós MÃES, não cometamos os mesmos erros. Precisamos sim ajuda-los, mas NUNCA, fazer por eles. precisamos ensinar e respeitar seu tempo para aprender! Só assim teremos filhos independentes, que possam se virá longe de nós. Para que se um dia, por ironia do destino se encontrarem sozinhos, possam saber viver.Precisamos prepara-los para vida, vocês não acham??


Vamos pensar nisso e nos policiar para não SUPER-proteger nossos filhos, afinal eles precisamos de chances e oportunidades para aprender e desenvolver.


**Vou aproveitar a última semana de férias, que apesar de terem ficado conturbadas, por motivos de saúde da minha mãe, gravidez da minha irmã casula...
Mas confio que dará tudo certo! Minha mãezinha vai precisar fazer uma nefrectomia(retirada de um rim). é bronca...
estou indo embora com o coração apertado, mas Deus está ao nosso lado, confiamos que tudo dará certo.Entrego nas mãos dele.
Eu sentirei muita saudade... mas logo ela se recupera e vai nos visitar na suiça esse ano! ou venho eu novamente daqui 1 ano.


Próxima segunda já estou de novo no frio, porém ao lado do meu amor, meu marido que estou morrendo de saudades!!!!